O corpo e o processo de subjetivação na contemporaneidade
Resumo
Cada vez mais é possível notar que o corpo vem ocupando espaço central no cenário contemporâneo. Essa idolatria do corpo tem como ponto de referência o padrão fabricado e imposto pela indústria cultural, midiática e do espetáculo. Tendo isso como ponto de partida e levando em conta o processo de formação do Eu sob a ótica da psicanálise, o presente artigo busca fazer pensar a respeito de como essa exigência de adequação a um ideal propositalmente inatingível atravessa o processo de construção e manutenção da subjetividade dos integrantes de nossa sociedade contemporânea. Para isso recorremos a uma revisão bibliográfica de Freud à Lacan acerca do conceito de corpo e como este está intimamente relacionado com duas instâncias de extrema importância para a constituição do sujeito. Contudo, é importante dizer que quando se fala de corpo e da posição a que ele é destinado, não se trata apenas de uma questão estética, mas também do processo de construção da subjetividade. Pudemos concluir que, passando o corpo à categoria de objeto de consumo, resta ao sujeito uma crise em relação à sua subjetividade, quando se vê imerso a essa produção em massa de formas de existência.