O desemprego e o seu impacto na Idade Madura
Resumo
Este artigo baseia-se no trabalho e nos resultados obtidos pelo Projeto Vida Ativa na Maturidade, encerrado em novembro/2002, que atendeu trinta pessoas, em dois grupos de 15 pessoas cada um, aposentadas ou desempregadas com mais de 50 anos de idade, para trabalhar a re-orientação profissional de adultos, visando a sua reinserção no mercado de trabalho. Foram realizados doze encontros por grupo, coordenados por alunos-estagiários do Curso de Psicologia da Unifil (Londrina), e utilizada a metodologia do trabalho em grupo, com dinâmicas, vivências, painéis e troca de experiências entre os participantes. Apurou-se entre os participantes a ausência de projetos pessoais e profissionais, o que ocasionava uma relativa perda de identidade; retraimento social com sentimentos de culpa, solidão e baixa auto-estima; falta de conhecimento básico para agregar novas informações e habilidades necessárias; desconhecimento da área de atuação pretendida e uma carência social de filiação explícita, que tornaram o grupo quase um fim em si mesmo. Conclui-se que se nem os governos nem as empresas sentem-se responsáveis pelos “excluídos”, é possível que o terceiro setor se apresente como a “terceira força” que possa acolhê-los. Nesse caso, a Psicologia talvez agregue a função de dar a orientação segura de como fazer a transição profissional para as atividades desse emergente setor. Evidencia-se, também, pela repercussão do projeto e pela avaliação dos participantes, uma grande demanda em torno do assunto e a existência de um público classificado como “pré-idosos”, na faixa etária dos cinqüenta aos sessenta anos de idade, para os quais não existem quaisquer políticas públicas ou privadas de apoio durante períodos de desemprego, de preparação para a aposentadoria e de apoio depois de aposentados.