O primeiro banho no leito: impacto e sentimentos dos alunos de enfermagem
Resumo
O banho no leito, segundo OGASAWARA (1989), “é muito mais que um procedimento básico de enfermagem, é uma necessidade humana essencial para pessoas que precisam de repouso absoluto, ou cuja mobilidade/locomoção estejam afetadas.” No entanto, observa-se que este procedimento é relegado ao segundo plano, isto é, não é dada a devida importância a ele, tanto pelos profissionais quanto pelos estudantes de enfermagem. Os autores deste trabalho propuseram-se a verificar os sentimentos e os impactos que o banho no leito geram nos acadêmicos de enfermagem. Foram distribuídos questionários para 60 alunos que cursavam a disciplina Fundamentos II nos meses de abril/maio de 2000, tendo-se um retorno de 53,3%. Observou-se que 100% dos alunos que opinaram consideraram importante que o acadêmico realize o banho no leito, justificando que o mesmo contribui para o aprendizado e orientação à equipe de enfermagem. Os impactos positivos, na percepção dos alunos, foram a realização do cuidado da melhor forma possível e a ajuda ao próximo; os negativos foram o sentimento de pena pelo paciente, constrangimento, tensão, medo, a vontade de desistir do curso e, por fim, aversão e repulsa. Os dados apurados mostram que existe muita resistência quanto à realização deste cuidado. Os entrevistados sugerem que haja uma reformulação na disciplina Fundamentos de Enfermagem nos seguintes aspectos: que a prática do banho seja realizada junto com o auxiliar; que haja observação do banho no leito em pacientes internados e em seguida a demonstração deste no laboratório; que haja o provimento da unidade de internação com materiais mínimos necessários para o banho; e que seja dada ênfase às dificuldades que surgem no cotidiano hospitalar.