Um olhar sobre a paisagem dos centros históricos e sua memória nos municípios de Bauru e Jaú - um estudo comparativo
Resumo
A paisagem urbana se movimenta no tempo através de elementos constituídos do próprio fato. Sua memória encontra-se à mercê da razão e da irracionalidade, do visível e do invisível, do concreto e do abstrato. No presente trabalho, procura-se estudar alguns aspectos da paisagem histórica das cidades de Jaú e Bauru e, dentro de uma análise comparativa, entender como se dá a convivência entre suas atuais necessidades, a preservação da memória coletiva e a integração das construções historias e contemporâneas. O objeto da pesquisa foi estudado através de viagens e visitas, onde foram feitas observações participativas e assimétricas, fotografados ambientes, construções, situações significativas e ainda observando moradores e usuários. Apesar das duas cidades localizarem-se na mesma região, dentro do Estado de São Paulo, o contexto histórico semelhante, tenha sido ambas fundadas na segunda meta do século XIX e tido seu desenvolvimento em função da expansão rural do estado, são suas particularidades que caracterizam uma situação distinta em nível de condição e de desenvolvimento, proporcionando-lhes realidades diferentes enquanto paisagens históricas e memoria urbana, implícitas no inconsciente coletivo de cada uma delas. Jaú mantém sua memória ás custas de um acordo histórico social como uma espécie de superego coletivo, contando com um belo acervo arquitetônico oriundo da ascensão cafeeira que a caracteriza. Bauru, já com um outro perfil, conferido pela implantação de ferrovias e outras condicionantes históricas, esbarra sua memória na descaracterização, gerada por uma certa irracionalidade coletiva, apesar de guardar ainda alguns exemplares isolados da história da cidade.