A persona digital no contexto da sociedade da vigilância e os direitos da personalidade
Resumo
A ascensão das plataformas digitais alterou profundamente a percepção de privacidade e identidade pessoal, criando o conceito de "persona digital". Nas redes sociais, a autoexposição tornou-se comum, com indivíduos compartilhando amplamente informações pessoais e momentos íntimos para projetar uma imagem idealizada de si mesmos. Esse fenômeno é evidente em plataformas como Facebook, Instagram e TikTok, onde o compartilhamento curado de aspectos pessoais visa atrair engajamento e reconhecimento. Essa dinâmica entre autoexposição e consumo transforma a identidade pessoal em mercadoria digital, com indivíduos competindo por atenção e aceitação. A conexão entre identidade e engajamento revela uma busca por padrões idealizados, onde a aparência e o comportamento são ajustados para maximizar o reconhecimento online. A crescente coleta e uso de dados pessoais nas plataformas digitais levantam questões sobre privacidade. O Código Civil de 2002 não aborda adequadamente as novas realidades da proteção de dados, deixando lacunas na regulamentação. O conceito de privacidade precisa evoluir para incluir a proteção de dados pessoais no ambiente digital.